Quando achamos que o que estamos a fazer é o certo, quando queremos acertar, ficamos obcecados com a necessidade de que as coisas corram bem.
Essa obsessão, essa necessidade compulsiva do sucesso de cada iniciativa trava a percepção correcta da realidade.
O problema é o medo de errar. A busca incessante do sucesso é a força vital que se coloca na execução das tarefas para que «dêem certo». O parâmetro unilateralista do êxito não é mais do que a demonstração do medo, do pavor, da não aceitação arraigada do fenómeno do erro.
Errar é humano. Errar é vital. Errar é o que te faz crescer e avançar.
Se notares, logo a seguir ao erro, se manifesta uma crise interior.
Frustração, tristeza e mágoa são as palavras-chave.
Minha sugestão. Aproveitem essa tristeza. Não de raiva, não de culpa, mas sim de impotência. De ter atraído o erro e a respectiva consequência, de não ter sabido ou não ter podido – às vezes são os outros que nos levam a errar, mas isso também faz parte do plano – evitar.
Aproveitem essa tristeza. Chorem. Façam o luto interior até ao fim. Até ao fim. Até ao fim.
Momentos de dor. Horas de dor. Às vezes até dias de dor.
Mas essa dor tem um fim. Quando acabar, o ser conectou- se com a sua fonte divina de luz. O que está mais dentro do homem. O seu verdadeiro «eu» onde residem todas as respostas.
Só nessa altura a pessoa está pronta para recomeçar.
Para mudar. Para melhor.
O que quer que faça agora, fará com o seu ser inteiro, profundo, sagrado.
O que quer que faça agora, fará todo o sentido a nível evolutivo.
O que quer que faça agora terá um perfil tão próprio, tão original, tão autêntico que só pode inovar, só pode trazer outra luz ao mundo.
Como vês, foi o erro, a crise, a vivência de dor e a acção subsequente que ditaram o avanço, a conexão com a força evolutiva.
Como vês, mesmo que a pessoa não consiga fazer um processo espiritual através da meditação, poderá fazê-lo através do correcto relacionamento com as suas emoções.
Como vês, o erro é profícuo e até aceitável.
O erro é legítimo e às vezes até desejável.
As pessoas que passam a vida a racionalizar, a ponderar e a evitar errar, não agem ou agem de acordo com o instituído, e o mundo nunca mais avança.
Por isso eu digo, cuidado com os julgamentos.
Quando uma pessoa faz, diz ou pensa coisas improváveis, originais e não alinhadas com o pensamento corrente universal, antes de lhe pores um «rótulo», antes de a julgares, pensa se essa pessoa não estará conectada com o seu eu profundo, com o seu eu sagrado e, em última análise, com o futuro da humanidade.
JESUS