A única coisa que eu posso dizer é «as minhas condolências».
«As minhas condolências» por ainda não saberes quem
és, por não te ouvires, não te respeitares e te iludires.
Iludires-te com o que pensas que és ou o que gostarias
de ser.
Tudo cosmética, tudo mecânico.
O facto de nunca interiorizares faz-te mais mal do que
algum dia poderás imaginar. O facto de nunca ires aí dentro,
precisamente ao teu peito, onde bate um coração e
jorram sentimentos.
O facto de nunca entrares em contacto com as tuas coisas
mais íntimas, com o mais profundo do teu ser.
O facto de nunca teres tocado a tua essência, esse ser
profundo e luminoso que mora no centro de ti.
O facto de nunca ouvires a tua voz interior, aquela que
traz em si o chamamento da vida eterna, aquela que não
morre com a vida física.
O facto de não mergulhares nas profundezas da tua própria
vida para ganhares discernimento espiritual do que é
realmente bom ou mau para ti.
E, em última análise, o facto de nunca olhares para mim,
nunca me entregares nada para eu cuidar e proteger.
O facto de nunca me fazeres perguntas para depois olhares
para a vida à procura de respostas.
O facto de nunca fazeres nada disso, faz-me chorar
amargamente.
Mas também me faz ter esperança de que, à conta de
tanto sofreres de insatisfação, de não saberes o porquê de
te acontecerem algumas coisas, de não te sentires amparado
ou protegido, de sentires um nó no peito e nem saberes
por onde começar… tenho muita fé que à conta disso tudo
um dia ainda venhas a olhar para mim.
E vais sentir que eu te amo.
JESUS