Eu leio os seus pensamentos. Eu sei que passa a maior parte do tempo infeliz, martirizado pela ideia de que cada pessoa tem que dar importância à sua essência e que você nunca tem tempo de o fazer.
Raramente consegue um espaço só para você, e, quando o faz, raramente o consegue aproveitar.
São demasiadas as expectativas, é demasiada a ansiedade e a culpa.
«Deveria estar fazendo outra coisa. Existem tantas coisas importantes para fazer…», pensa, angustiado.
Não percebe que, para a sua essência, esse tempinho contigo é precioso.
Está na hora de ir ao seu jardim de inverno folhear toda a informação emocional que está lá e senti-la, senti-la, senti-la.
E, como não consegue realizar esse processo de estar com você mesmo, a vida vem e empurra você para um buraco sem fundo onde só mora a solidão e o escuro.
Eu sei. Leio isso nos seus pensamentos também.
Bem. A única coisa que poderei lhe dizer nesse momento é: comece a limpar esse buraco. Comece a limpar a poeira da área.
Essa é a sua casa mais profunda, é a sua marca pessoal, é a sua morada diurna.
Está escura? Está.
Está suja? Está.
Séculos e séculos de abandono. As árvores estão secas e a horta morreu.
Vai ter que plantar tudo outra vez.
Vai ter que podar, regar, adubar e amar.
Vai ter que limpar tudo com a sua dor.
Vai comover-se, emocionar-se. Vai reconhecer-se.
E eu prometo que vai se reaver.
Vai reavivar o próprio firmamento. Vai se alimentar do próprio pão.
Vai se elucidar e se transcender.
Vai se iluminar.
E, quando todo esse trabalho estiver feito, quando todos os fantasmas tiverem se retirado, vai saber que conseguiu.
Vai olhar aqui para cima e soltar um grito de gratidão que vai ecoar no espaço.
E vai me ver.
E vai me sentir.
E vai saber que Eu amo você muito.
E vai ter a noção exata da grandeza da comunhão.
E vai saber que está curado.
JESUS